Capitulo 674
Ela realmente achava que a Mariana Neves tinha passado por muitos apuros
com Isabella e queria defendé-la...
As trés garotas ao lado de Wilma Assis lancaram olhares de decepcéao e
desprezo em direcdo a Mariana Neves.
“Vamos embora!”
Quando Wilma Assis e as trés garotas se retiraram, cruzando com Isabella,
pediram desculpas.
“Nossa, essa peca deveria se chamar “Atirando pedras nos préprios pés,
Isabella. Vamos voltar para o dormitério. Isso € assunto da sua familia, melhor
nao nos metermos”, disse Francisca enquanto se afastava com Poliana e
Geovana.
Ao lado do campo, restaram apenas quatro pessoas.
Yula Salgado segurou a mao de Isabella e olhou friamente para Mariana Neves.
Se néo fosse pelas cameras que provavam o contréario, Mariana Neves ainda
tentaria acusa-la de empurrao. Era demais.
“Irmao... Vocés sempre diziam que, mesmo com a volta de Isabella para a
familia, continuariam me tratando bem como antes... Ainda valem as palavras
de voces?"
“Eu ainda lembro daquela vez, quando éramos criancas, que plantamos no
nosso jardim uma romazeira enorme. Ela estava cheia de frutos vermelhos e eu,
com vontade de
comer,
mas a empregada tinha medo de me dar frutas com muitas sementes. Foi vocé
quem subiu na arvore para colher para mim e acabou caindo, ficando de cama
por trés
meses.”
Mariana Neves disse isso com um raro toque de ternura no canto dos labios.
“Naquela época vocé disse que, desde que sua irma estivesse feliz, vocé estaria
dis a ficar de cama até mesmo por trezentos dias.
“E teve aquela outra vez que fomos de avido para a Russia. Estava nevando,
tudo bran ao redor. Vocé me atirou uma bola de neve e sujou meu vestido
favorito. Eu figuei um pouco brava, mas para me fazer sorrir, vocé fez varias
bolas de neve para que eu atirass
em voce.”
“Claro que eu nao queria joga-las, mas ao me ver emburrada, vocé ordenou que
a empregada as atirasse em vocé até eu ficar contente. Uma delas acertou bem
no seu rosto e eu ri, vocé também riu. Que tempos maravilhosos foram
aqueles...”
“E naquela viagem para a Nova Zelandia, estavamos tirando uma foto de familia
em uma bela floresta quando vi duas borboletas lindissimas e insisti para que
vocé me ajudasse a pega-las. Acabamos nos perdendo... A floresta era densa e
VOCé me carregou nas
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costas desde a tarde até a noite sem encontrar a saida...”
“Naquele verao, vocé estava de bermuda e suas pernas foram arranhadas pelos
galhos, sangrando muito, mas vocé nao reclamou nem uma vez. Em vez disso,
Vocé me
consolou enquanto eu chorava... Quando eu disse que estava com fome, vocé
tentou pescar no rio para mim, mas como um senhor iria saber pescar? No fim,
nao pegou nadal e eu chorei muito...”
As lembrancas do passado eram tdo belas que Mariana Neves fechou os olhos,
e elas cortavam seu coracdo como uma faca.
“Eu ainda me lembro de cada viagem em familla, nao importava se era no
exterior ou aqui dentro do pais. Vocé, os pais e 0s outros irmaos sempre
cuidavam muito de mim. Se eu tinha sede, disputavam para me dar agua; se
estava cansada, competiam para me carregar. Especialmente na hora das
refeigoes, se era algo que eu gostava, todos se apressavam em colocar no meu
prato...”
Mas quando foi que tudo isso comecou a mudar?
Foi quando Isabella voltou para a familia e todos comegaram a servir comida
para ela?
Parecia que algumas coisas, uma vez perdidas, nunca mais poderiam ser
recuperadas.
“Irmao, eu sinto tanta falta daqueles tempos, da nossa familia brincando e rindo
juntos, daquela época sem preocupacoes.”